A importância de personagens LGBT+

Vivemos em uma época em que tudo e todos estão sendo mostrados, revelados, descobrindo-se, surgindo das sombras, surgindo de si mesmos. Não importa por qual meio seja, a presença dos considerados minoria (será que somos mesmo?) se torna cada vez maior na sociedade, sejam as mulheres, sejam os homossexuais e toda a família LGBT. E intrínseco às lutas que costumamos passar, a meu ver, pelo menos, acho interessantíssimo termos representatividade nos mais diferentes meios de comunicação. É verdade que muitas vezes gays são representados como espalhafatosos, purpurinados ou malvados nas telenovelas, ou como os garanhões, lindos, maravilhosos, perfeitos nos livros. Mas a representação deve ir muito além disso.
Não somos apenas umas bichas loucas, tampouco somos todos gostosões. Antes de qualquer coisa, somos seres humanos, e como qualquer outro, nós somos bonitos a nossa maneira, somos cheios de imperfeições, não somos bons nem maus, somos pessoas (!!) querendo viver.
Tem as bichas vulgares? Tem!
Tem as bichas marombas? Tem também!
E tem as bichas esqueléticas? E como, hein!
E as bichas pretas? Escondidas é que não estão!
E as sapatas gordas? Tem!
E as sapatas baixinhas? Lá vai uma com a namorada malhada!
E os bi? Aqueles que são considerados por muitos “biscates”? Tão lá aproveitando a vida como bem entenderem, com o gênero que lhes chamar atenção, sem dar bola pra sua opinião.
Então, sim, eu acho que precisamos de mais representatividade em nossa cultura, afinal, falamos tanto em lutar por direitos, que todos somos um só, mas quando vimos isso realmente acontecer? Na internet ou da boca pra fora. E na vida real? Muito raramente. Não somos apenas afeminados, assim como não somos todos sarados, brancos e loiros de olhos claros. Somos brancos, amarelos, pardos, negros, cinza, azul, rosa pink e a infinidade de cores que nos forem possíveis. Porque podemos ser tudo aquilo que quisermos ser, como qualquer um.
É legal ler sobre caras lindos e gostosos e fantasiar, fugir um pouco da realidade? Com certeza é, eu escrevo sobre alguns também, não negarei, mas o que quero apontar é que não precisamos nos esquecer que existe uma variedade enorme de pessoas, com seus mais diferentes tipos e moldes. Assim como na literatura heterossexual, que existe diferentes personagens, na homossexual não precisamos nos ater apenas a um biotipo padrão.
A importância dos personagens LGBT está aqui, em podermos trazer todo tipo de figura em todo tipo de situação para criar empatia com nossos leitores e — por que não? — até com nós mesmos. O sonho de consumo (neste caso, o cara gostosão das histórias) nem sempre é o que um leitor busca, às vezes ele busca algo mais profundo, como as emoções, não só a aparência; afinal, dizemos tanto que a aparência não é de extrema importância, não é mesmo? Leitores nem sempre querem ver apenas o gay gostosão e pausudo metendo como um louco, divando em seu corpo escultural, leitores também querem se emocionar, sentir uma ligação com o personagem, querem vivenciar histórias bonitas, sim, mas também saber como é a trágica de quem sofre pelo mundo exterior.
O mundo é colorido, vivaz, quente, mas infelizmente possui suas cores frias e amargas. E como na literatura, filmes, novelas ou séries podem servir como ferramentas para analisar e construir o nosso mundo, em busca de algo melhor, em vez de apenas fugir dele.

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2 comentários

  1. Parabéns é dessa consciência que o mundo precisa, que não há nada de diferente, quem lê romance heteros cheio de unicórnios, tmb pode ler LGBT, quem lê sobre traumas heteros, tmb pode ler LGBT. Só munda a orientação sexual. Acredito fielmente que deva ser importante é orientador a um jovem ler um.livro onde se ache em todos os sentidos e o ajude a encarar o descaso e o preconceito contra os LGBTs e tmb a sonhar com seu príncipe ou com sua princesa, entender que nem todos passam pela mesma experiência, assim como os heteros. Que mais escritores assim tenham está consciência e escrevam cada vez mais.

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    1. Obrigado pelo seu comentário lindo, Cris!
      E é exatamente isso! Verdade que tem coisa boa no mercado, mas ainda não é suficiente se quisermos trazer a quebra de padrões e a melhor aceitação do público tanto LGBT quanto simpatizantes. É preciso utilizar todas as cores de nosso arco-íris!

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